Há muito tempo, sim, não te escrevo.
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci. Olha, em relevo,
estes sinais em mim, não das carícias
Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci. Olha, em relevo,
estes sinais em mim, não das carícias
(tão leves) que fazias no meu rosto:
são golpes, são espinhos, são lembranças
da vida a teu caminho, que ao sol-posto
perde a sabedoria das crianças.
são golpes, são espinhos, são lembranças
da vida a teu caminho, que ao sol-posto
perde a sabedoria das crianças.
A falta que me fazes não é tanto
à hora de dormir, quando dizias:
"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.
É quando, ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.
Carlos Drummond de Andrade
à hora de dormir, quando dizias:
"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho.
É quando, ao despertar, revejo a um canto
a noite acumulada de meus dias,
e sinto que estou vivo, e que não sonho.
Carlos Drummond de Andrade
Com mais de 1000 visitas! Merece um belo poema de Carlos Drummond de Andrade.
ResponderExcluirparabéns minha linda criadora desse blog.
Beijos.
Parabéns a nós!!!
ResponderExcluirBeijos
Cintia
Lendo seu Drummond, me lembrei de Clarice...Sei que é fã fervorosa da escritora e tem maravilhosos trechos. Vamos criar uma tag de Clarice?
ResponderExcluirRevejo quem? Revejo a noite acumulada dos meus dias.
ResponderExcluirBela postagem desse imortal escritor.
Parabéns!
Amanda Caldas