30 de dez. de 2011

Pela fresta da janela

imagem reprodução
Depois de um longo inverno, esperei ele voltar.
Ouvi passos na varanda e pela fresta da janela
Eu o vi se aproximar...
 
Demorei pra abrir a porta, pra meu coração testar
Senti uma imensa tristeza, por nada dentro encontrar
Procurei por sentimentos, mágoas ou decepção
Estava tudo vazio, sem vestígios de emoção...


A falta que ele fazia, quando a noite chegava e os
minutos se transformavam em conta-gotas, a passar
lentamente pelo murmúrio do silêncio que precede
a madrugada, onde os pássaros procuram os galhos
para se aquecerem do frio, que estava a espreita,
eu não sentia mais...

Nessa inquietude profunda, neste turbilhão de
sentimentos, eu fico querendo sair, saio
querendo ficar. Ficar para tentar observar se ainda
há pequenas sobras do grande amor que sentia... 

Sair porque o amor é dor é saudade é tristeza e
mesmo assim, eu não quer perde-lo, porque ele
preenche a lacuna que não quer ficar oca...

Saio e vou ao seu encontro, fico um longo tempo
em silêncio no seu abraço, sou como as flores
do meu jardim que ficam a espera do orvalho que
de mansinho vai caindo até elas adormecerem...

Mas também sou a fonte a jorrar poemas
Um coração vazio em combustão é o tudo 
e o nada, o tempo e a pausa, estou
longe e perto, imersa no silencio da noite
Envolta em serena e triste solidão...
 
Autora: Leila Mustafa Cury
Aqui deixo um poema que fala mais de mim que eu mesma...

Feliz Ano Novo a todos!

9 comentários:

  1. Conheço essa história...
    Beijo no coração minha escritora.
    Cintia

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  2. É sempre bom apreciar seus versos!
    Feliz 2012!

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  3. É admirável a tua percepção poética, Leila. Adorei! Receba um abraço com carinho com os votos de um Feliz 2012 e que a felicidade esteja sempre presente em todos os ângulos de sua vida.

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  4. LINDO E POETICAMENTE TRISTE...FELIZ 2012!!

    Catia

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  5. lindoo amei...
    voce realmente sabe como transmitir tudo que significa a palavra
    (amor)..parabens mais uma vez.
    beijoss amiga.

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  6. É um misto de medo, é um vazio a ser preenchido, mas com o que, se nem eu mesmo sei o que esta la fora na penumbra. Medo de descobrir o que é,se pelo menos o silencio dava uma luz do que é ,talvez um lampejo de coragem,Coragem!!! De que, de ficar ou de ir, e seu for, ou fico. Se fico me arrependo de ter não ter ido,e se for,bom ai só o silencio da madrugada usando como tinta as gotas de orvalho,assopram na brisa o caminho a seguir.
    Nasser

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  7. Estimada poetisa, Li seu texto e sem dúvida você tem o dom sublime de poetizar,
    Te descobri através de um compartilhamento de um amigo poeta, se quiser nos dar a honra de participar do nosso site, tenho certeza que vais ser bem aceita. Lá poderá publicar seus textos.

    Um abraço.

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  8. Leila, que bom descobrir vc nesse início de 2012!
    Texto sensível, doído como o vazio do amor que acaba,,,
    Pela fresta da janela já está entre os meus preferidos...serei fiel seguidora.
    marlene

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  9. Bem vindo ao meu recanto poético!
    Beijos.

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